terça-feira, 21 de outubro de 2008

Retas curvas

Há imagens, há fotografias que marcam momentos que se tornam como que referências no seio do nosso deambular pelo tempo... tempo de vida. Assim surgiu o "Rectas Curvas", uma imagem obtida no "1º Encontro de Olhares Sobre Lisboa" brilhantemente organizado por três fotógrafos amadores - João Rodrigues, Paula Marques e Sandra Marques em 24 e 25 de Fevereiro de 2007.

"Rectas Curvas" serviu como desafio a um escritor por quem nutro elevada estima e consideração - Valter Hugo Mãe, a quem desafiei vestir esta fotografia com um poema seu.
Aceite o desafio, partilho esses dois momentos... o das palavras do escritor e o fotográfico.

             de quantas coisas te podes camuflar e a quem te parecerás
             no momento em que me entregar de amor por ti, pergunto.
             por quantos ínfimos pormenores me seguirás seduzindo
            como se de ínfimos pormenores preparasses a minha fome, pergunto.
            quando poderei seguir contigo, cores mudando,
            corpo inteiro, nuvem, chuva, sede, azul, até por amor te ser indistinto, pergunto

                                                                                                                 valter hugo mãe
Retas Curvas
(Lisboa, 24 de fevereiro de 2007)



    
 

5 comentários:

Olhando o Sol disse...

Uma excelente foto complementada por um excelente texto de um autor português que merece aqui ser divulgado. Uma composição que no seu todo acaba por ser um seguimento da publicada anteriormente, já que se foca naquele bem determinado mas indeterminado sentimento que, conforme as situações pode ser a melhor e a pior coisa do mundo.
Lá diria o saudoso Vasco Santana, “Compreendi-te!”
Falando da fotografia, destaco o efeito da micro ondulação que, vista na miniatura, parece uma brincadeira photoshopística mas que na realidade não o é. Está muito nítida e definida, e digamos que não só a velhinha P72 não se deixou enganar pelos padrões do motivo fotografado como o fotógrafo teve cá uns olhões!
E agora, se me permites, vou eu divagar.
Lembrei-me de repente de algo que ouvi há muitos anos, curiosamente referente a uma “questão de amor”, que “a menor distância entre dois pontos nem sempre é uma linha recta”. Isto a propósito do título “rectas curvas”. Como sentimentalismos não são comigo, nem faço ideia do real significado dessa expressão; mas a curiosidade aqui reside no facto de existir uma teoria científica segundo a qual o espaço e o tempo se encurvam e dois pontos que se encontram a distâncias astronómicas quando medidas em linha recta ficam à distância de um passo. Existe na Wikipédia (http://en.wikipedia.org/wiki/Wormhole) uma descrição mais detalhada sobre este assunto.
Voltando à realidade. Adivinha-se um nível de qualidade muito elevado. “Deixa-os pousar!”
O Repórter Alentejano

MEHC disse...

As belissimas imagens estão bem vestidas pelo poema. Venham mais!

Lenita Nabais disse...

Uma foto lindíssima, de um encontro fotográfico inesquecível, num blog verdadeiramente invulgar e belo! Parabéns por esta bela obra de arte e pela tua simplicidade tão genuína! Já adicionei o teu blog aos meus favoritos! Bjs e até já...

Olhando o Sol disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paula disse...

Não tenho conhecimentos sobre fotografia para poder comentar esta imagem "artística", mas posso dizer que entendo que só pode ser de alguém que conhece bem esta arte. O poema é lindo, fala de amor que é um sentimento muito nobre quando é verdadeiro.
Beijinhos