sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Proximidades distantes em metáforas avulsas

O tempo caminha veloz em direção ao frio inverno. Protegemo-nos do vento que corta e greta inseguranças, debilita esperanças ante um horizonte gélido...
Num destes fins de tarde envolto entre cores quentes e frias enlaçadas num espelho de água adivinha-se a afectiva companhia entre sorrisos de olhar e gestos companheiros....
O inverno frio, insensível e desumano dá lugar a um cândido outono que alenta sonhos como que abraçando esperanças no calor harmonioso de uma fogueira... e cria-se no imaginário relações de proximidade que teimam permanecer distantes...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Lágrimas de Outono em Folhas de Rosa

Invariavelmente não somos insensíveis aos pequenos nadas que nos rodeiam. Depois de um aguaceiro, as superfícies molhadas proporcionam belos momentos fotográficos...
Liberta-se o espírito e dialoga-se com os sentires, com afectos, com memórias que em ápice nos surgem do nada...
As fotografias captadas, as emoções vividas... as palavras dum poema, rodopiam em volta, num todo coerente. Estas lágrimas de Outono seduziram as recordações eternizadas por letras e mais letras de Florbela Espanca, formando palavras envoltas numa herança emotiva, vividas como que em segredo, e mantidas na alma da gente...
Lágrimas de Outono (30 de Novembro de 2008)
Folhas de Rosa
Todas as prendas que me deste, um dia, Guardei-as, meu encanto, quase a medo, E quando a noite espreita o pôr-do-sol, Eu vou falar com elas em segredo ... E falo-lhes d'amores e de ilusões, Choro e rio com elas, mansamente... Pouco a pouco o perfume do outrora Flutua em volta delas, docemente... Pelo copinho de cristal e prata Bebo uma saudade estranha e vaga, Uma saudade imensa e infinita Que, triste, me deslumbra e m'embriaga O espelho de prata cinzelada, A doce oferta que eu amava tanto, Que reflectia outrora tantos risos, E agora reflecte apenas pranto, E o colar de pedras preciosas, De lágrimas e estrelas constelado, Resumem em seus brilhos o que tenho De vago e de feliz no meu passado... Mas de todas as prendas, a mais rara, Aquela que mals fala à fantasia, São as folhas daquela rosa branca Que a meus pés desfolhaste, aquele dia... Florbela Espanca, Poesia Completa, Bertrand Editora, 2005
Gotas de nostalgia (30 de Novembro de 2008)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Enlaçar-me no teu olhar

Sem ti morri por dentro e esqueci-me de mim
(Pateira de Fermentelos, 20 de Agosto de 2007)
Deambulando entre paisagens perdidas em recônditos espaços de memória, reencontro-me no seio das tuas eruditas palavras, sabendo a licor de ervas e paladares reconfortantes no calor dum café com espuma…
Entre lapsos de viagens siderais, eis-me num instante de volta a percursos de memórias com cheiros envolventes, sentires reluzentes…
Nesta fuga para momentos de sonho, recolho-me de mim em ti e como que me resguardando de agruras entretanto vividas, ausências sentidas, penúria de afectos, sentidos devolutos duma existência sem rumo, volto a enlaçar-me no teu olhar…

sábado, 15 de novembro de 2008

Uma espera num tempo sem tempo

Esperei-te para este dia 15 e viveria mais intensamente os «Dias Felizes» como os que vivemos naquele quase fim de Verão...
Um ano depois, esperei-te e voltei a esperar, voltando e revisitando os nossos dias felizes, sentado à espera neste banco de Outono, agora frio como num tempo de quase Inverno...
... esperando-te sempre, neste tempo sem tempo...
Relembro-te, revivo-te, perpetuo-te...
Espera num tempo sem tempo (Vale de Cambra, Setembro 2006)
Exposição Colectiva de Fotografia Inauguração: 15 de Novembro de 2008 - 17:00h
Casa da Guia - Cascais
Com fotos de:
A = Ana Almeida Santos, Ana Franco, Ana Red, Ana Sampaio (Luna);
C = Conceiçao Maia, Cristiano Costa;
D = Daniel Oliveira, Daniela Sousa, Ddiarte;
F = Fátima Condeço, Fernando Tavares;
H = Himmler Santos;
I = Isabel Gomes da Silva, Iva Silva;
J = João Garcia C. Pinho, Johannes, Jomagope, Jose Ferreira, Jose Tavares;
L = Luis F.,
M = Marco Niemi, Marcos Oliveira, Marcos Sobral, Maria da Luz Sousa, Maria Martins, Mário Fernandes, Marta Ferreira;
N = Nuno Manuel Batista, Nuno Sacramento, Nuno Santos;
P = Paradiigme, Patricia Vilela Antunes, Paulo A., Paulo Cesar, Pedro Moreira, Pedro Pais;
R = Ricardo Gonçalves, Ricardo Costa;
S = Selma Veiros, Silvia Afonso;
T = Tania Flores e,
Z = Zanas

sábado, 8 de novembro de 2008

A música é como a vida...

...e assim vivemos os amigos...
O Trio dos 4 (Castelo de Vide, Agosto de 2006)

... a música, as palavras, tornam inesquecíveis momentos passados no tempo...
continuam presentes no dia-a-dia de todos os dias através das memórias que se formaram e se perpetuarão! !

domingo, 2 de novembro de 2008

Sonhar...

Estava um destes dias a ver e a ouvir músicas no YouTube quando vi e ouvi um de muitos vídeos que nos deixam deslumbrados por completo... como é o caso de Paul Potts...
Levou-me a pensar nos muitos pedaços de carvão que após uma qualquer reacção se transfiguram e surgem à vista de todos como diamantes cujo brilho envolve e entusiasma quem para eles olha.
Assim somos todos nós... com um brilho escondido, embora sem tempo para sentir esses nossos pequenos, muito pequeninos raios de sol que tanto poderiam ajudar a preencher-nos o espírito com o tal entusiasmo maior, e, com ele, contagiar quem nos acompanha, nos contacta ou passa por nós, mesmo que não seja tão perto assim...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Depois de um dia muito longo...

... daqueles dias tão tão longos que parecem não ter mais fim... em que só o caminho de retorno a casa nos parece uma tarefa inatingível... nada como escutar uma rádio de sons calmos... quiçá que nos façam sentir que, um dia destes... a tranquilidade regressará, o equilíbrio e o calor dos afectos... estarão de novo para dar alento...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Happy Days

Todos os dias poderão ser Dias Felizes... a nossa disposição é que nem sempre se faz acompanhar da natural predisposição para aceitar e viver o que é realmente simples. E é tão simples... por que não observá-lo na alegria das crianças?

sábado, 25 de outubro de 2008

Dramatismo estético

As imagens podem conter uma densidade dramática considerável se forem tidas como metáforas de saudade, de amores e desamores, de felicidade e de ruturas...
Esperança sucumbida em futuro afundado
(Fermentelos, 20 de Agosto de 2007)

A "esperança sucumbida num futuro afundado" marca uma história de um destino, quando um investigador percorreu uma paisagem de água e de sol, de verdes e harmonias... Um dia, a paisagem, de cinza se vestiu, marcada pela ausência daquele que num outro envolver, decidiu-se e foi embora...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Tapete de Outono

E o Outono está aí.... dias amenos, noites frias, dias de chuva, dias de vento... e com o vento caem as folhas em desalento... no desalento cobre-se o chão com um tapete de Outono, como que envolvendo o chão para um Inverno que se avizinha... e logo depois, mais além, um novo ciclo se adivinha...

Manto de Outono
(Serra da Freita, 22 de Novembro de 2007)


Fotografia vencedora do concurso sob o tema "Outono" organizado pelo sítio http://www.reflexosonline.com/

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Invernias de Primavera

Uma espera num tempo sem tempo
(Vale de Cambra, 02 de outubro de 2007)

Agora que vivemos a plenitude do Outono, nada melhor que revisitar momentos passados que nos prendem a esta estação. Esta, pela luz que a caracteriza, possibilita sempre a obtenção de agradáveis "postais" que permitem vivenciar momentos de serenidade... num verdadeiro sentir "a paisagem" e os pequenos nadas que nos rodeiam...
Invernias de Primavera
(Vale de Cambra, 19 de  março de 2008)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Herança de solidão

As imagens permitem perpetuar emoções, vivências, sentidos de vida. Por vezes ao conviver-se com uma imagem sentimos que ela nos surge como uma metáfora de nós mesmos, como se fosse uma outra expressão, como que um prolongamento de nós, numa interpretação livre...
As imagens que presenciamos e com as quais convivemos... ou as sentimos como exteriores a nós, como um complemento de nós, ou como parte de nós...
Afinal, a fotografia pode servir como uma vida feita arte do que sentimos, vivemos ou representamos para nós ou para os outros, todos os dias, a cada dia que passa...
Fotografia oferecida a Marta Ferreira, cuja arte de sentir e de fotografar, muito me cativa e inspira...
Herança de Solidão (Óis da Ribeira, 07 de Outubro de 2007)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Retas curvas

Há imagens, há fotografias que marcam momentos que se tornam como que referências no seio do nosso deambular pelo tempo... tempo de vida. Assim surgiu o "Rectas Curvas", uma imagem obtida no "1º Encontro de Olhares Sobre Lisboa" brilhantemente organizado por três fotógrafos amadores - João Rodrigues, Paula Marques e Sandra Marques em 24 e 25 de Fevereiro de 2007.

"Rectas Curvas" serviu como desafio a um escritor por quem nutro elevada estima e consideração - Valter Hugo Mãe, a quem desafiei vestir esta fotografia com um poema seu.
Aceite o desafio, partilho esses dois momentos... o das palavras do escritor e o fotográfico.

             de quantas coisas te podes camuflar e a quem te parecerás
             no momento em que me entregar de amor por ti, pergunto.
             por quantos ínfimos pormenores me seguirás seduzindo
            como se de ínfimos pormenores preparasses a minha fome, pergunto.
            quando poderei seguir contigo, cores mudando,
            corpo inteiro, nuvem, chuva, sede, azul, até por amor te ser indistinto, pergunto

                                                                                                                 valter hugo mãe
Retas Curvas
(Lisboa, 24 de fevereiro de 2007)